Acordar quase todos os dias as 07:00hs da manhã de todo o ano que se passou foi a minha rotina, mas acordar nesse mesmo horário no dia 1º de janeiro confesso que foi muito estranho. Um silêncio, uma paz, parece que até os passarinhos comemoraram a passagem do ano. Aquela falação na rua logo cedo, barulho de chaves, portão batendo, crianças correndo e gritando, cadê os aposentados?! Cadê o Israel cuidando do seu jardim? E o Antonio Carlos “sindico” da rua, normalmente nas manhãs de sábado ele está na rua tomando conta da vida de alguém.
Normalmente aos sábados jogo futebol pela manhã, mas acredito que nessa hora todos os peladeiros de final de semana estejam dormindo, cansados, bêbados de tanto que comemoraram. E o que estou fazendo acordado a essa hora? Boa pergunta! Não sei responder.
Nunca havia percebido, mas as manhãs de 1º de janeiro são como os horários de copa do mundo, um vazio enorme (excesso locais de concentração pública), nem o frentista do posto onde abasteço estava, olha que absurdo nem o padeiro veio trabalhar!
Como estou com excesso de energia (dormi cedo) decidi movimentar o meu corpo, academia fechada, então como bom tijucano, fui correr em volta do maracanã, estava precisando suar, precisava extravasar, colocar de vez de mim para fora o ano de 2010. Normalmente quando corro escuto musica, pois é uma técnica boa para eu manter a concentração na corrida e não me distrair com as pessoas que passam, mas hoje é diferente, não preciso de música a rua está vazia.
Enquanto corria comecei a me lembrar de tudo que foi o meu ano, procurei buscar tudo, desde o primeiro dia onde rompi o ano numa casa de festas com a minha família (ao sair da casa o pneu do meu carro estava furado), passando pela intensidade que foi o mês de janeiro, doença em fevereiro, março a descoberta, abril uma data, maio foda-se, de junho a meados de novembro instabilidade total, dezembro nunca trabalhei tanto, lembrei das novas amizades, lugares e pessoas que conheci, chegando no dia 31 de dezembro.
No inicio da corrida estava com um peso enorme, um fardo que nem eu sei explicar o que é, mas à medida que meu corpo ia perdendo liquido, liberando suor, minha alma parecia que também estava liberando todo esse peso e percebi de verdade que o livro de 2010 estava fechado. Hoje tenho em mãos um livro onde o título é “2011” e todo seu conteúdo está em branco; 365 folhas em branco. Tenho a plena certeza de que não posso alterar algumas folhas de 2010 (bem que gostaria), mas tenho a oportunidade de escrever com cuidado cada folha desse novo livro, pois aprendi com 2010 que podemos fazer rascunho antes de escrever algo e rascunho serve para amassar e jogar fora, o que é escrito fica eternizado!
Sei que estou sendo repetitivo em falar que 2010 foi um ano de aprendizado, mas quero para 2011 mais um ano aprendizado!
No final de 2009 falei que 2010 seria o meu ano e foi. Parecia que estava adivinhando, mas nesse ano usei uma frase de Fernando Pessoa que diz o seguinte: “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...” Juntarei todas, na verdade juntei o máximo que pude de pedras na minha caminhada em 2010, agora vou construir o MEU castelo!
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